Anna Apolinário
A poesia habita meu corpo
Feito um animal furioso
Escritos e confabulações de uma alquimista da palavra
Feiticeira tecendo vertigens
Verve, Vulcão e Alquimia.
GRIMÓRIOS
Obra poética autoral e participações em antologias literárias
A Chave Selvagem do Sonho
Triluna, 2020
Opus Alchymicum
A luz do sonho pulsa no vórtice da vigília,
a lucidez do delírio incendeia a pele dos signos,
a bruxa, selvática, levita.
Uma intensa aventura criativa, repleta de jogos mágicos e febris, reveladores de dimensões sensoriais, truques e travessuras com a linguagem. A obra suscita uma viagem aos territórios do Maravilhoso, o leitor então poderá inventar sua própria chave e códex para explorar e decifrar os encantos e mistérios entranhados nas páginas.
Os cinco capítulos do livro se entrelaçam numa teia de alta tensão imagética, sônica e metafórica: um pentagrama aceso no seio da floresta de signos e sensações.
Zarabatana
Patuá, 2016
"Em Zarabatana há a confissão explícita e dionisíaca, apesar do apolíneo sobrenome da poeta, das fontes que alimentam (e seduzem) a escrita, de Gustav Klimt a Sylvia Plath. Desfilam pelas páginas Pandoras, Vênus, Sibilas, Magas, e a Grande Mãe, sempre perfumadas com a essência perigosa e fértil do magma e com lábios maquiados por substâncias hipnóticas e anestesiantes. Belladona é a flor encantatória da celulose das folhas. Zarabatana é um grimório. Anna é Dionísia, uma Diana amante, portanto bacante rainha." Andreia Carvalho Gavita
Guilhotina
palavra é
arma branca
zarabatana
guelra, arpão
grito e rasgo, voragem
o verso é
sangue
beijando o chão
Mistrais
Prêmio Literário Augusto dos Anjos, Edições Funesc, 2014
"Poesia cortante, laminosa, carregada de ode ao universo feminino, do qual emergem referências a deusas de mitologias variadas. Paralelo a isso, percebem-se alusões às deusas-pagãs da literatura: Sylvia Plath, Cecília Meireles, Emily Dickinson; todas estão lá, embaladas pelo estilo próprio, de sonoridade gutural e melodiosa da escritora. O corpo feminino é retratado em todo seu esplendor, dançando liricamente junto com as palavras, se contorcendo num beco escuro / atirando paredes contra os soluços. Visto desse modo, o corpo feminino transcende seu aspecto material, adquire uma carga de misticismo, verdadeira “corpoesia”. É como se a dança das palavras — com asas ritmadas, flutuando como ninfas, expressasse o próprio desejo de libertação do feminino, de valorização da expressão do seu corpo."
Selvática
Morder a polpa da palavra
Violentar o verbo
Açoite
Até que o rubro escoe
Atingir o cerne
Com sabre, punhal
Lacerar o arco e a lira
Alvo metafísico
Colisão cáustica
Matilha sádica
Eu quero o aborto
Da aurora boreal
Solfejo de Eros
Câmara Brasileira de Jovens Escritores, 2010
"Dona de uma imagética ousada e forte, ferozmente feminina, de uma sonoridade inventiva e atraente, que prende, nestes versos muito bem trabalhados estilisticamente irrompe uma autora que sempre busca a palavra e a imagem certas, o som exato, único. Anna não apenas escreve: lapida. Sempre com muito talento e criatividade. E não importa o que digam ou deixem de dizer: é sem dúvida uma artista! Uma poetisa verdadeira, natural, genética!"
Magmáticas Medusas
Cintra ARC Edições, 2018
Magmáticas Medusas reúne poemas de três livros da poeta brasileira Anna Apolinário (1986), incluindo ainda inéditos, entrevista e uma fortuna crítica.
Medusas em fúria, febre, fome, erupção, a palavra é magma, alquimia, potência criativa, magia antiga e oculta dos grimórios, celebração dos ritos, evocação da beleza, liberdade e paixão, força ancestral, fogo da purificação e da aniquilação, o verso traz a metamorfose e a revolução.
Las Máscaras Del Aire
Cintra ARC Edições, 2020
A América Latina grita poesia: o assombro apocalíptico traduzido em magnitude e alento poético. Sete artistas surrealistas criam um imenso corpo-poema coletivo em tempos massacrantes de pandemia. A arte respira, resfolega, trovoa e transtorna!
Um imenso cadáver delicioso que se espraia em vinte inquietantes blocos sensoriais. Mergulho em vertiginosa e poderosa teia imagética, uma narrativa surrealista que pulsa e brilha, espelho do tempo apocalíptico que vivemos. Ao longo de todo poema, há intervenções gráficas feitas por artistas visuais.
O poema foi escrito originalmente em espanhol, traduzido ao português, inglês e francês.
Autores: Anna Apolinário, Armando Romero, Berta Lucía Estrada, Floriano Martins, José Ángel Leyva, Omar Castillo e Vanessa Droz, com a intervenção gráfica de Alfonso Peña e Amirah Gazel.
Senhoras Obscenas
Patuá, 2019
Antologia Senhoras Obscenas 3, organização de Adriana Caló e Graziela Brum
60 autoras participantes
"Senhoras Obscenas é ocupar nosso espaço.
Resistir para Existir!
Senhoras Obscenas é subversão, é a mulher em cena!"
Um girassol nos teus cabelos - poemas para Marielle Franco
Quintal Edições, 2018
"50 vezes por Marielle. 50 vozes por Marielle. Vozes que ressoam a luta de uma mulher que somos todas nós. A antologia Um girassol nos teus cabelos surgiu como reação espontânea de poetas brasileiras, impactadas com a tragédia do assassinato de Marielle Franco. Um dia após o extermínio da vereadora, as poetas divulgavam sua dor e empatia nas redes sociais e no grupo Mulherio das Letras. Com a parceria da Quintal Edições, resolvemos publicar essas manifestações. A vida de Marielle é inspiração para as que buscam uma sociedade mais igualitária e diversa. Marielle é dessas personagens que quanto mais o tempo avança, mais se torna iluminada pela história. Assim se imortaliza, rompendo muros e fronteiras e fazendo lembrar nossa humanidade em comum."
Marilia Kubota
Ventre Urbano
Penalux, 2016
"Antologia de contos feitos somente por escritoras: onze mulheres, onze contos, todos provando que o ato da germinação – seja ele espiritual, literal, artístico, poético, rural, ou até mesmo urbano – é feminino: tudo se cria dentro de um ventre."
Organização: Letícia Palmeira e Lizziane Azevedo
Sob a Pele da Língua: breviário poético brasileiro
Cintra Arc Edições, 2019
SOB A PELE DA LÍNGUA é uma antologia de jovens poetas brasileiros, uma polifonia de vozes que percorrem parte expressiva do país e uma variação de idade dos 40 aos 20 anos. O livro foi organizado por Floriano Martins, significativa partitura de estilos que, juntos, espelham, naturalmente que sem esgotar o tema, a relevância de uma nova perspectiva da lírica no Brasil.
FUROR DE MÁSCARAS
POEMÁRIO AUTOMÁTICO BILÍNGUE
Furor de Máscaras é um poemário automático bilíngue que se divide em dois capítulos, Beijos de abracadabra e À sombra de um mito fugitivo. O primeiro é assinado por Anna Apolinário e o segundo por Floriano Martins. É um livro bastante singular, escrito por dois poetas brasileiros, em uma valiosa aventura a quatro mãos. Cada um dos poetas é autor de 25 poemas, cujo primeiro verso é sempre dado pelo outro. O desafio incluía ainda que cada poema não ultrapassasse a casa de cinco minutos em sua feitura. Mais do que importar o método, e sua parecença com o Surrealismo, o que apreende de sua leitura é a densidade estética e o tratamento dos temas propostos. Escrito originalmente em português, a edição é bilíngue, na tradução ao espanhol por Floriano Martins, que assina ainda uma breve série fotográfica que acompanha os poemas. uma febril aventura criativa, poemário mágico e experimental, alimentado pela notável cumplicidade poética entre dois raros artistas. Durante cinco noites, eu e Floriano mergulhamos no transe da escrita automática, a partir de uma troca de motes espontâneos, faíscas que deflagraram a criação de cada poema. O primeiro verso de cada poema meu ofertado por Floriano e vice versa. Assim prosseguimos neste caminho de invenções delirantes, urdindo a trama inebriante dos poemas automáticos.
Projetos
Teias, incêndios, reverberações